Edoardo Raimondi
As interpretações hegelianas de Alexandre Kojève (1902-1968) e de Eric Weil (1904-1977) são filhas de seu tempo, profundamente influenciadas pelas questões históricas e políticas da época em que foram concebidas. Hoje, colocá-las em confronto, traçando outa vez suas semelhanças e diferenças fundamentais, é útil por pelo menos duas razões principais: reler com lentes novas e com um maior desprendimento crítico os debates filosóficos e políticos de uma precisa fase histórica do século XX, na França e na Europa; e demonstrar como esses dois autores específicos, que acabaram por adotar perspectivas eminentemente pós-hegelianas, propuseram, de fato, dois modos distintos de compreender a relação entre filosofia e realidade, que se puseram emblematicamente nos antípodas, embora ambos surgidos à luz da crise da modernidade.
(Da Introdução)