A pessoa é naturalmente um ser de conhecimento, percepções e de crenças que necessita ser orientado para alcançar a plenitude das potencialidades inerentes à sua constituição bio-psico-espiritual. Como um ser único e total, a pessoa humana precisa ser considerada em sua globalidade complexa e em sua identidade profunda, e isso só será possível através de uma abordagem interdisciplinar. É fundamental ampliar a visão acerca da constituição do ser humano para que se propicie uma educação integral e humanizadora. O processo educativo leva a pessoa a apreciar tanto o progresso das ciências quanto o amadurecimento das experiências religiosas. Na raiz latina, o termo “educação” provém de duas realidades intimamente interligadas: “educere” e “educare”. Por “educere”, revela-se a dimensão transcendente e personalizada do processo educativo, na medida em que empenha ao desenvolvimento desde dentro da interioridade humana. Já a perspectiva ativa de “educare” impulsiona à ação, à transformação e à transmissão (inter)cultural que atravessa os séculos. Desde a interioridade ao meio social, a educação reclama ao progressivo desenvolvimento pleno da vida pessoas, comunitário e social. O ser humano busca o conhecimento da realidade e o aperfeiçoamento de sua natureza através do processo educativo. Infelizmente, em muitas ocasiões a área educativa adotou um sistema que leva o educando a desenvolver suas capacidades unicamente para satisfação das exigências pragmáticas da sociedade moderna. Como consequência, tais abordagens, fortalecem a solidão existencial asfixiante que muito afirmam sentir, convivendo com as suas frustrações pela via de falsas autossatisfações. Para além de um conhecimento puramente técnico-científico, é preciso que os valores humanizadores também participem da orientação do processo educativo atual. Não basta acumular informações e conhecimentos intelectivos. Importa coaduná-los e torná-los significativos, vinculados a um contexto mais complexo e potente. Um processo educativo integral é fundamental para que haja esse discernimento crítico, resoluções de problemas e sociabilidades em confluência ao bem comum. É preciso formar para a capacidade de perceber e interpretar os dinamismos que regem o mundo de hoje, fazendo acenos para um futuro que se descortina. Nesse sentido, a qualidade da educação requer um planejamento continuado, a partir da realidade concreta e substancial, tal qual, a teologia em sua atuação na Igreja e a sociedade. A emergência de novos contextos educativos convida a uma atenção redobrada aos sinais dos tempos. É justo almejar a uma atualização da prática educativa iluminada pelos referenciais perenes e sempre novos da fé cristã. Que as reflexões em torno da interface entre teologia e educação da presente obra possam iluminar novas caminhos de integração entre fé e razão nos processos de formação de sujeitos críticos e engajados na sociedade hodierna.